Maria Carlota Costallat de Macedo Soares, a Lota, foi uma paisagista e urbanista autodidata brasileira. Desgastada emocionalmente com a separação dos pais, resolveu morar sozinha aos 25 anos, o que já significou um pequeno escândalo na alta sociedade.
Lota Macedo Soares veio de família da elite carioca. Dirigia um Jaguar, usava calça jeans e camisas. Não fez universidade, mas teve aulas com ilustres como o pintor Cândido Portinari e tornou-se uma esteta com conhecimentos profundos em arquitetura e urbanismo. Sua obra de maior visibilidade foi o Aterro do Flamengo, realizada no governo de Carlos Lacerda, que lhe rendeu desavenças, sobretudo com o paisagista Roberto Burle Marx.
No princípio da década de 1940, morou em Nova Iorque, onde fez cursos no Museu de Arte Contemporânea e onde conheceu a poetisa americana Elizabeth Bishop. As duas viveram juntas de 1951 a 1965. Retornando de um
período em Nova York, quis construir seu retiro no terreno da serra recebido
como herança, no bairro de Samambaia, em Petrópolis. Com ajuda do arquiteto
Sergio Bernardes projetou a casa de Samambaia, um marco da arquitetura
brasileira moderna.
Com a derrota do candidato de Carlos Lacerda em 1965 a reeleição, Lota foi retirada do
comando dos trabalhos, o que resultou em três meses de internação para
sonoterapia. Ela enfrentou ainda uma campanha de difamação incentivada por Burle
Marx, que a acusava de prepotência nas decisões. Quanto à relação com Elizabeth
Bishop, houve um desgaste inevitável devido aos cinco anos de obras no Parque,
com Lota trabalhando de 12 a 14 horas por dia. Relegada, a poetisa, que era alcoólatra, voltara ao
álcool e não mais produzia, acabando por aceitar um convite para dar um curso em
Seattle (EUA).
Quando voltou em meados de 1966, Bishop já tinha outra companheira, bem mais jovem. Preterida, Lota tornou-se neurótica e transferiu a obsessão pelo trabalho para a ex-companheira, que voltou aos EUA a pedido dos médicos. Em setembro de 1967, quando já separadas, Lota resolveu viajar para Nova Iorque para encontrar Bishop.
Quando voltou em meados de 1966, Bishop já tinha outra companheira, bem mais jovem. Preterida, Lota tornou-se neurótica e transferiu a obsessão pelo trabalho para a ex-companheira, que voltou aos EUA a pedido dos médicos. Em setembro de 1967, quando já separadas, Lota resolveu viajar para Nova Iorque para encontrar Bishop.
Elizabeth Bishop recebeu em Nova York a visita de uma mulher totalmente
fragilizada, física e mentalmente. Na mesma noite da chegada, Bishop encontrou-a caída na cozinha, com um vidro de antidepressivo (Valium) nas mãos. Depois de uma semana de coma, faleceu.
O filme “Flores Raras”, com estréia prevista para Agosto desse ano, contará a estória dessa prestigiada arquiteta carioca, interpretada pela atriz Glória Pires.
Saiba mais sobre Lota em: http://www.institutolotta.org/index.html
Saiba mais sobre Lota em: http://www.institutolotta.org/index.html